sábado, 9 de novembro de 2013

Carta de amor

Hoje escrevo-te a última carta de amor possível.

Digo-te que os anos não passam como pensas, as palavras não se gastam como dizes, as pessoas não são aquilo que parecem.

Digo-te que só me resta uma carta recebida, uma palavra a devolver, um carimbo que o correio se esqueceu.

Fico por aqui. Onde sempre e nunca estou.
No lugar que me pertence.
O único lugar para uma última carta de amor possível.

Paula Raposo - Novembro de 2013.