Hoje escrevo-te a última carta de amor possível.
Digo-te que os anos não passam como pensas, as palavras não se gastam como dizes, as pessoas não são aquilo que parecem.
Digo-te que só me resta uma carta recebida, uma palavra a devolver, um carimbo que o correio se esqueceu.
Fico por aqui. Onde sempre e nunca estou.
No lugar que me pertence.
O único lugar para uma última carta de amor possível.
Paula Raposo - Novembro de 2013.