sábado, 10 de novembro de 2012

SILÊNCIO

Nada mais perturbador
para os sentidos vivos
que ainda sei sonhar
de que o silêncio,
ao longo dos ponteiros
dos relógios,
nos calendários
onde dias e noites
são cortados a fio
sem remorso,
com a caneta esfarrapada
de tanto uso insentido...

Nada de tão perturbador
como o silêncio
que compadece os sonhos
e os mata à nascença,
deita-os no lixo
sem remorso,
em cobardia silenciosa.
Hoje,
QUERO QUE SE DANE O SILÊNCIO!

Paula Raposo in ' o laço impenetrável do silêncio' - contracapa - Chiado Editora, 2012.

6 comentários:

  1. e por vezes o silêncio tem ecos....

    gosto do novo visual.

    um beij

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  2. O silêncio pode ser mesmo ruidoso...
    Excelente poema.
    Beijinhos, querida amiga.

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  3. Minha querida Paula

    Por vezes o silêncio pode ser ensurdecedor.
    Como sempre ler-te é uma viagem imensa e emocionante.
    Obrigada pela visita e queria seguir-te aqui mas não tens o painel de seguidores.

    Um beijinho com carinho
    Sonhadora

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  4. Adoro o silêncio, mas também adorei este teu "Silêncio".
    Um abraço.

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